MACLAREN SLR
A estrela da Mercedes-Benz se uniu à experiência da McLaren e o superesportivo SLR brilhou no Salão de Frankfurt (Alemanha) como um dos principais destaques da exposição. Tudo chama a atenção nesse que é considerado o herdeiro do mítico SLR dos anos 50, famoso pelas portas do tipo "asa-de-gaivota". As linhas traçadas com maestria parecem ter esculpido a carroceria a partir de uma única peça, dando uma combinação harmoniosa e elegante ao carro. Feito para poucos, o sofisticado modelo alemão será vendido no Brasil apenas sob encomenda, pela "bagatela" de US$ 800 mil.

A tradicional pintura prateada protege a estrutura frontal de aço e fibra de carbono, a primeira do gênero em um carro produzido em série. Essa combinação, segundo o fabricante, contribui com uma absorção do impacto de colisão entre quatro e cinco vezes maior que a observada nas estruturas de aço e alumínio. Outro detalhe interessante do SLR McLaren é a instalação das saídas de escapamento abaixo dos pára-lamas dianteiros para não prejudicar a aerodinâmica da parte de baixo do carro, voltada para evitar turbulência prejudicial à estabilidade em alta velocidade.

As portas abertas para cima são uma homenagem ao SLR dos anos 50 e a frente lembra a dos bólidos de Fórmula 1 pilotados por David Coulthard e Kimi Raikkonen. As entradas de ar laterais ajudam na refrigeração do motor e também dão um toque de nostalgia, que contrasta com os modernos faróis com lâmpadas de xenônio e lanternas que usam leds no lugar das lâmpadas convencionais. As rodas são de aro 18, com pneus 245/40ZR no eixo dianteiro e 295/35ZR no traseiro.

Na traseira, o aerofólio escamoteável é acionado automaticamente quando o carro atinge 95 km/h, adotando um ângulo de inclinação de 10º. Nas freadas bruscas, funciona como aliado para conter o ímpeto esportivo do SLR. Isso porque passa ficar inclinado a 65º, oferecendo mais resistência à passagem do ar. O efeito é parecido com o conseguido com os "pára-quedas" instalados na parte de trás dos "dragsters", tomadas as devidas proporções.

O longo capô esconde o motor V8 5.5 sobrealimentado por compressor volumétrico e com 24 válvulas (três por cilindro). Estrategicamente instalado para dar baixo centro de gravidade ao carro, o propulsor tem estrutura de alumínio, lubrificação por cárter seco e quatro catalisadores. Gera 626 cavalos de potência e brutais 79,6 kgfm de torque entre 3.250 e 5.000 rpm. São números suficientes para acelerar de 0 a 100 km/h em meros 3,8 segundos, conforme o fabricante.

Se a idéia é curtir mais um pouco a aceleração, basta sair da imobilidade aos 200 km/h. Aí são necessários 10,6 segundos. Repetindo a operação, mas chegando aos 300 km/h, o carro crava 28,8 s. A velocidade máxima é de 334 km/h. Para suportar tanta força, o câmbio é automático de cinco marchas, mas com modo seqüencial que pode ser regulado em três níveis: Sport, Super Sport e Race. As trocas podem ser na alavanca no console ou acionando os botões no próprio volante. De um nível para outro a diferença é o menor intervalo de tempo entre os engates.